Por Odemir Silva
Neidson Rodrigues[1]
Você é uma tartaruga ou
uma águia? Você é daqueles que, diante das dificuldades, prefere encolher-se na
segurança da sua casca? Ou, quem sabe, você pressinta o instinto da águia que o
impulsiona a aceitar desafios e ultrapassar intempéries?
Um famoso filósofo alemão
do século passado, Frederico Nietzsche, tece uma crítica radical à civilização
ocidental, dizendo que ela educa os homens para desenvolverem apenas o instinto
da tartaruga. O que quer dizer isso?
A tartaruga é o animal
que, diante do perigo, da surpresa, recolhe a cabeça para dentro de sua casca. Anula, assim, todos
os seus sentidos e esconde na casca os membros, tentando proteger-se contra o
desconhecido. Este é o instinto da tartaruga: defender-se, fechar-se ao
mundo, recolher-se para dentro de si mesma e, em conseqüência, nada ver, nada
sentir, nada ouvir, nada ameaçar. Formar boas tartarugas parece ter sido o
objetivo dos processos educacionais e políticos de educação desenvolvidos no
mundo ocidental nos últimos anos. Temos educado os homens para aprenderem a se
defender contra todas as ameaças externas, sendo apenas reativos. Ensinamos
o espírito da covardia e do medo.
Precisamos assumir o
desafio de educar o
homem para desenvolver o instinto da águia.
A águia é o animal que
voa acima das
montanhas, que desenvolve seus sentidos e habilidades, que aguça ouvidos, olhos
e competência para ultrapassar os perigos, alcançando vôo acima deles. É capaz,
também, de afiar as suas garras para atacar o inimigo, no momento que julgar
mais oportuno. As nossas escolas têm
procurado fazer com que nossas crianças se recolham para dentro de si e percam
a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, capaz de vencer o
perigo que se lhe apresenta.
Temos criado, neste país,
uma geração-tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si. E
estamos todos impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem
para contestar nossos dirigentes, para nos opor ás suas propostas e criar
soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, negativa, covarde.
Quando aprenderemos que
não precisamos se esconder diante das ameaças, porque todos nós temos
capacidade de alçar vôo às alturas, ultrapassando as nuvens carregadas de
tempestades e perigo? Temos ensinado isso aos nossos alunos? Ou ensinamos a se
arrastarem como vermes, e porque se arrastam como vermes, elas se tornam
incapazes de vencer as dificuldades do dia-a-dia.
O que desejamos, afinal,
desenvolver em nós (Educadores), nas crianças, pré-adolescente, jovens eadultos?
O instinto da tartaruga ou o espírito das águias?
*Este texto foi compilado e readaptado para melhor aplicação.
“Não estamos
preocupados em inventar novas técnicas de ensino, buscar novas teorias ou
descobrir novas formas de planejamento para a educação, mas estamos sim
preocupados em responder, através do exemplo, dinamismo e comprometimento com a
Palavra de Deus, ao apelo que vem da sociedade, de que a EBD cumpra, de maneira
completa e decisiva, o seu papel na formação dos cristãos.” [2]