O DIA
INTERNACIONAL DA MULHER
O Dia Internacional da Mulher está ligado aos movimentos socialistas
feministas de fins do século XIX aos inícios do século XX que reivindicavam a
igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas da sociedade.
O primeiro "Dia da Mulher" foi comemorado em Chicago em 3 de maio de 1908,
onde 1500 mulheres reclamavam igualdade de direitos com os homens.
Em 1909 foi comemorado em Nova Iorque em 28 de
fevereiro, e enfatizava o direito da mulher ao voto.
Em 1910, foi comemorado em 27 de fevereiro,
após um período de mais de três meses de greve, na qual 80% dos grevistas eram
mulheres. Tal greve chamou a atenção da sociedade da época para a situação
precária das mulheres.
Em 1911, inspiradas pelas mulheres norte-americanas,
as alemãs celebram o dia da Mulher em 19 de março, e as suecas em primeiro de
maio. Na Rússia, ainda sob o regime dos Czares, as mulheres que celebraram o
Dia da Mulher foram duramente reprimidas, chegando a ser presas. Mas o
movimento foi ganhando vulto internacional, e em cada país era celebrado numa
data diferente, e sempre enfatizava o direito das mulheres ao voto.
Em 1914, as alemãs comemoram no dia 8 de março,
escolhendo essa data mais por questões práticas do que em homenagem a algum acontecimento
especial.
Em 1922, o Dia Internacional da Mulher foi
oficializado em 8 de março. O motivo do por que esta data foi escolhida tem duas histórias:
Primeira: A
história mais popular é que esse dia homenageia às 129 mulheres mortas em 1857
em Nova Iorque que reivindicavam melhores condições de trabalho. O dono da
fábrica Cotton trancou na mesma suas funcionárias, as quais reivindicavam a
redução da jornada de trabalho de 16 para 12 horas e um salário mais justo.
Depois de trancá-las, ele ateou fogo no prédio, queimando-as vivas.
Segunda: A
outra história seria que as mulheres russas, em 1917, escolheram o Dia da
Mulher de para fazerem uma greve contra a fome, a guerra e o regime czarista.
As operárias deixaram as fábricas e saíram às ruas, atraindo a massa popular a
tal ponto que o incidente deu início a Revolução Russa que derrubou o regime
czarista. Isto ocorreu em 23 de fevereiro no calendário russo, que coincide com
8 de março do calendário ocidental (gregoriano).
Em 1921, a Conferência Internacional das
Mulheres Comunistas propôs o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher em
comemoração a atitude das mulheres russas.
Independente do real da escolha dessa data é que o 8 de março está aí,
firme e forte.
No ano 2000, o 8 de março foi celebrado com a
Marcha Mundial das Mulheres que mobilizou mulheres de 161 países contra a fome
e a violência contra o sexo feminino.
Infelizmente vemos como a injustiça e a discriminação estão por traz de
alguns dias comemorativos: Dia do Índio, Dia de Tiradentes, Dia da Consciência
Negra, etc. Eles existem por causa de injustiças contra pessoas e grupos
minoritários.
Porém a discriminação contra a mulher é a mais brutal, pois independente
de cultura ou cor da pele, o sexo é divisão mais básica da humanidade; depois
vem a família, a raça, a religião...
Desde a mais remota antiguidade a desigualdade de direitos entre homens e
mulheres vem percorrendo os séculos. Na Antiguidade, seja no Ocidente ou no
Oriente, a mulher era praticamente propriedade de seu marido, e seu principal
valor estava em ser esposa, e ser esposa para ser mãe, para gerar herdeiros
legítimos para o marido. Ai das estéreis daqueles dias, pois não podiam cumprir
o único papel importante que a sociedade lhes reservava. As culturas antigas
celebravam o nascimento de um homem e menosprezavam o de uma mulher, isto é,
quando não matavam a criança recém-nascida do sexo feminino.
A mulher não tinha importância na vida pública: era incapaz
juridicamente, tinha papel inferior na vida religiosa, não podia herdar, nem
possuir. Trabalho feminino, por mais produtivo que fosse praticamente só
beneficiava o homem, pois a mulher não podia enriquecer por conta própria. A
mulher foi vítima inclusive de "santos" de várias religiões que a
viam simplesmente como fonte de tentação para sua "santidade".
Quase exclusivamente, só as cortesãs, as amantes dos poderosos, tinham
certa liberdade e "se podiam dar ao luxo" de ter uma vida sentimental
e intelectual, pois estavam a serviço do prazer do homem, e não de sua
descendência. Por isso, em muitas literaturas antigas, como a chinesa, a
japonesa e a vietnamita, essas mulheres se encontram entre seus melhores
escritores.
Agora me pergunto, se seria necessário para uma mulher desenvolver seu
potencial intelectual e sua liberdade sentimental viver quase como uma
prostituta? Será que no contexto da família ela não pode desenvolver seus
talentos?
“... pois a dignidade
da mulher não depende de cultura, religião ou raça, e sim no fato dela ter sido
criada a imagem e semelhança de Deus...”.
Abraços.