segunda-feira, 6 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher

Por Odemir Silva



O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher está ligado aos movimentos socialistas feministas de fins do século XIX aos inícios do século XX que reivindicavam a igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas da sociedade.
O primeiro "Dia da Mulher" foi comemorado em Chicago em 3 de maio de 1908, onde 1500 mulheres reclamavam igualdade de direitos com os homens.
Em 1909 foi comemorado em Nova Iorque em 28 de fevereiro, e enfatizava o direito da mulher ao voto.
Em 1910, foi comemorado em 27 de fevereiro, após um período de mais de três meses de greve, na qual 80% dos grevistas eram mulheres. Tal greve chamou a atenção da sociedade da época para a situação precária das mulheres.
Em 1911, inspiradas pelas mulheres norte-americanas, as alemãs celebram o dia da Mulher em 19 de março, e as suecas em primeiro de maio. Na Rússia, ainda sob o regime dos Czares, as mulheres que celebraram o Dia da Mulher foram duramente reprimidas, chegando a ser presas. Mas o movimento foi ganhando vulto internacional, e em cada país era celebrado numa data diferente, e sempre enfatizava o direito das mulheres ao voto.
Em 1914, as alemãs comemoram no dia 8 de março, escolhendo essa data mais por questões práticas do que em homenagem a algum acontecimento especial.
Em 1922, o Dia Internacional da Mulher foi oficializado em 8 de março. O motivo do por que esta data foi escolhida tem duas histórias:
Primeira: A história mais popular é que esse dia homenageia às 129 mulheres mortas em 1857 em Nova Iorque que reivindicavam melhores condições de trabalho. O dono da fábrica Cotton trancou na mesma suas funcionárias, as quais reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 16 para 12 horas e um salário mais justo. Depois de trancá-las, ele ateou fogo no prédio, queimando-as vivas. 
Segunda: A outra história seria que as mulheres russas, em 1917, escolheram o Dia da Mulher de para fazerem uma greve contra a fome, a guerra e o regime czarista. As operárias deixaram as fábricas e saíram às ruas, atraindo a massa popular a tal ponto que o incidente deu início a Revolução Russa que derrubou o regime czarista. Isto ocorreu em 23 de fevereiro no calendário russo, que coincide com 8 de março do calendário ocidental (gregoriano).
Em 1921, a Conferência Internacional das Mulheres Comunistas propôs o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher em comemoração a atitude das mulheres russas.
Independente do real da escolha dessa data é que o 8 de março está aí, firme e forte.
No ano 2000, o 8 de março foi celebrado com a Marcha Mundial das Mulheres que mobilizou mulheres de 161 países contra a fome e a violência contra o sexo feminino.
Infelizmente vemos como a injustiça e a discriminação estão por traz de alguns dias comemorativos: Dia do Índio, Dia de Tiradentes, Dia da Consciência Negra, etc. Eles existem por causa de injustiças contra pessoas e grupos minoritários.
Porém a discriminação contra a mulher é a mais brutal, pois independente de cultura ou cor da pele, o sexo é divisão mais básica da humanidade; depois vem a família, a raça, a religião...
Desde a mais remota antiguidade a desigualdade de direitos entre homens e mulheres vem percorrendo os séculos. Na Antiguidade, seja no Ocidente ou no Oriente, a mulher era praticamente propriedade de seu marido, e seu principal valor estava em ser esposa, e ser esposa para ser mãe, para gerar herdeiros legítimos para o marido. Ai das estéreis daqueles dias, pois não podiam cumprir o único papel importante que a sociedade lhes reservava. As culturas antigas celebravam o nascimento de um homem e menosprezavam o de uma mulher, isto é, quando não matavam a criança recém-nascida do sexo feminino.
A mulher não tinha importância na vida pública: era incapaz juridicamente, tinha papel inferior na vida religiosa, não podia herdar, nem possuir. Trabalho feminino, por mais produtivo que fosse praticamente só beneficiava o homem, pois a mulher não podia enriquecer por conta própria. A mulher foi vítima inclusive de "santos" de várias religiões que a viam simplesmente como fonte de tentação para sua "santidade".
Quase exclusivamente, só as cortesãs, as amantes dos poderosos, tinham certa liberdade e "se podiam dar ao luxo" de ter uma vida sentimental e intelectual, pois estavam a serviço do prazer do homem, e não de sua descendência. Por isso, em muitas literaturas antigas, como a chinesa, a japonesa e a vietnamita, essas mulheres se encontram entre seus melhores escritores.
Agora me pergunto, se seria necessário para uma mulher desenvolver seu potencial intelectual e sua liberdade sentimental viver quase como uma prostituta? Será que no contexto da família ela não pode desenvolver seus talentos?

“... pois a dignidade da mulher não depende de cultura, religião ou raça, e sim no fato dela ter sido criada a imagem e semelhança de Deus...”.

Abraços.