A pesar de tudo e com todo o lixo de nossa história,
que não é nem pior nem melhor do que o lixo da história de outras nações aqui
pode observar e constatar uma coisa terrível: o papel de grande parcela dos
meios de comunicação de massa, principalmente das redes de televisão, na
(desin-) formação e divulgação de preconceitos sobre Política e os políticos.
Se todos os organismos sociais e instituições tivessem a marcação cerrada que a
mídia dedica aos políticos, certamente não ficaria pedra sobre pedra em nossa
sociedade.
Desde o fim da ditadura militar essa parcela da
mídia e vários jornais e revistas de circulação nacional têm tratado os
políticos como inimigos públicos número 1, denunciando diariamente falcatruas,
maracutaias, negociatas, compra de votos, fraudes em licitações, uma corrupção
generalizada que assusta até o pai da mentira. Até aí, tudo bem. Os meios de
comunicação devem denunciar mesmo.
Todavia, um ponto fica flagrante: os culpados que se
destacam nos noticiários são os políticos, principalmente, da chamada
“esquerda”. Empresários, o Judiciários, as redes de TV, as ONGs, as igrejas,
mesmo os sindicatos, o crime organizado, as máfias, todos são tratados com
menos rigor pela mídia, ou não recebem o mesmo tratamento prolongado de
denúncia.
Há ainda um agravante. Muitas dessas denúncias ou
caem no esquecimento depois de algumas semanas ou nada se comprova do que foi
dito, ou ainda os acusados são inocentados depois de meses ou anos (a justiça é
lenta), mas o estrago já foi feito. Foi o que levou o jornalista Paulo Henrique
Amorim a chamar a grande imprensa de PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Fonte: Revista Ciência&Vida, Ano Vll, nº 75, 10/2012,
pág. 40
Odemir Silva
Ciências Políticas
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