sábado, 9 de novembro de 2013

INICIAÇÃO FILOSÓFICA E O PROFESSOR POLIVALENTE



Por Guilherme Szymanski Ribeiro Gomes

A pertinência da disciplina Filosofia no Ensino Fundamental é uma questão que, há algum tempo, vem sendo objeto de estudo de pesquisadores ligados às áreas de Educação e Filosofia. A partir de tais pesquisas, é possível afirmar o valor formativo da disciplina em questão: ao trabalhar com conteúdos usualmente considerados filosóficos (amor, justiça, o belo, o bem, o certo, entre outros), ajuda a compreender o que é ser humano; ademais, o próprio modo filosófico de pensar pode ser de grande valia, por ser reflexivo, profundo, sistemático e abrangente (cf. Saviani, 1996). O presente texto não tem como objetivo fundamentar a pertinência ou não da disciplina Filosofia no Ensino Fundamental, mas sim, apontar algumas possibilidades para o professor polivalente conduzir suas aulas almejando aquilo que Lorieri (2002) chama de uma iniciação filosófica. Para realizar a supramencionada iniciação filosófica, é imprescindível desenvolver ao menos dois elementos durante as aulas.
O primeiro consiste em dar continuidade e exercitar a natural capacidade da criança de se admirar com o mundo que a cerca, tirando proveito do instintivo desejo dela em querer compreender e dar sentido às coisas. A segunda condição para uma iniciação filosófica compreende o estabelecimento de uma dinâmica essencialmente dialógica como prática rotineira. É comum o uso do diálogo ser considerado pertinente apenas para as disciplinas da área de Humanidades, como se sua aplicação em um processo de investigação em outras áreas do conhecimento não fosse tão frutífera ou adequada. Uma investigação por meio do diálogo, como será visto ao longo desse texto, acaba trazendo uma série de benefícios que extrapolam a simples aquisição de um determinado conteúdo.
Em relação ao primeiro elemento da investigação filosófica, a manutenção da admiração da criança com o mundo, é recomendável um esforço do professor para perceber e enfrentar as questões que os alunos trazem. Não são raras as situações em que as crianças se interessam pelos mesmos problemas que a Filosofia, ao longo da história, vem enfrentando: o que é o certo e o errado, o justo e o injusto, o belo e o feio, o que é o real, o que é o mundo, o que é ser gente, o porquê das regras. E muitas vezes  tais questões problemáticas são postas de lado como se fossem menos importantes que o conteúdo planejado. Ou pior: respostas prontas são oferecidas ao aluno, encerrando qualquer possibilidade do mesmo resolver ou recriar alternativas ao problema. Se o processo educacional almeja, entre outras coisas, formar cidadãos autônomos e responsáveis, é no mínimo contraditório que tal atitude seja levada adiante.
Os filósofos norte-americanos Matthew Lipman e Ann Sharp (1984) afirmam que o deslumbramento das crianças em relação ao mundo é tão profundo que se o mesmo acontecesse com adultos, tal atitude seria qualificada como religiosa. No entanto, essa capacidade vai diminuindo com a chegada da vida adulta, pois os adultos tentam controlar o universo cunhando verdades (científicas, lógicas, matemáticas) - abafando esse saudável impulso ao questionamento.
Nesta perspectiva, a necessidade de adotar uma prática reflexiva em sala de aula que contemple os questionamentos das crianças torna-se algo urgente, uma vez que aquilo que está em jogo não são as convicções intelectuais adquiridas ao longo de uma formação, mas sim, o questionamento do direito que o professor tem de privar o aluno de buscar, por ele mesmo, os sentidos do mundo e, consequentemente, condenar as crianças a um mundo pronto onde os valores já estão estabelecidos, dando a impressão que elas nada podem fazer em relação a isso. Segundo Lorieri (2002, p. 43): “Todos os seres humanos têm o direito de decidir os rumos das suas vidas”. Também crianças e jovens têm esse direito, como cabe-lhes o direito de aprender a dominar o uso das ferramentas intelectuais que lhes possibilitem as decisões.”
Desta forma, a introdução da reflexão acerca das questões trazidas pelos alunos não só ajuda a preservar o deslumbramento da criança com o mundo que a rodeia, como também oferece um ambiente propício ao fomento das ferramentas intelectuais dos discentes, condição para a formação da almejada autonomia de pensamento.
A inserção da prática reflexiva em sala de aula é viabilizada pelo diálogo, o outro elemento imprescindível para a realização de uma iniciação filosófica. É no estabelecimento de uma dinâmica dialógica que diferentes perguntas e respostas são construídas e desconstruídas (dependendo da qualidade dos argumentos que as sustentam), bem como se complementam e se transformam.
Deve-se ressaltar que um diálogo é muito diferente de um bate papo, de um debate ou de uma conversa na qual todos entram em acordo no final da mesma. Em um diálogo não existe o (saudável) descompromisso de um bate papo entre amigos, o qual tem como objetivo apenas o entretenimento dos envolvidos.
Diferentemente do debate, em um diálogo não existe um vencedor, a idéia não é destruir a argumentação do interlocutor, mas sim, apontar eventuais falhas no raciocínio do mesmo e, por conseguinte, colaborar com a construção do conhecimento em questão. Não há garantia que um diálogo termine em um consenso,
a diversidade de idéias na busca coletiva de conhecimento é o motor dessa dinâmica.
O diálogo favorece o cultivo daquilo que Lorieri (2002) cunhou de ferramentas intelectuais e que Lipman (1995) chama de habilidades de pensamento: formular perguntas relevantes, sustentar os argumentos demonstrando o percurso do raciocínio, autocorrigir-se, compreender e criar conceitos, transitar entre as diferentes linguagens mantendo o significado original do conceito em questão, entre outras.
Lipman desenvolveu um programa educacional (Filosofia para Crianças- Educação para o Pensar) que vê na investigação filosófica um caminho para aquisição de um pensamento mais cuidadoso.
Segundo o filósofo norte-americano, a utilização dessa proposta desde o início da vida escolar traria grandes benefícios para os alunos, entre eles, garantir o natural espanto da criança em relação ao mundo – como colocado anteriormente, condição necessária para desencadear qualquer processo reflexivo. Lipman utiliza alguns recursos para viabilizar a preservação do espanto supracitado: novelas filosóficas (histórias nas quais crianças se envolvem em uma série de aventuras levando os alunos a refletirem sobre os dilemas enfrentados pelos personagens); cultivo das já mencionadas habilidades de pensamento (como as de investigação, raciocínio, formação de conceitos e tradução); formação de Comunidades de Investigação. Estas últimas compreendem espaços onde, a partir do diálogo, as questões levantadas pelos alunos passam por um processo de investigação filosófica.
A ideia de Lipman é que o sistema educacional funcionasse baseado em um modelo que se realiza por meio de pesquisas e investigações (um modelo heurístico), pois se não é dada ao aluno a chance de participar do processo investigativo, o resultado será apenas um aluno instruído e não um aluno investigador, como o autor almeja.
Uma vez que se pretende formar um aluno pesquisador e crítico, a introdução de uma iniciação filosófica em sala de aula se torna desejável. E tanto melhor se essa iniciação ocorrer não só no escopo da disciplina Filosofia, mas for igualmente incitada nas propostas dos demais professores. Por estarmos especificamente tratando do Ensino Fundamental I, defende-se que a prática cotidiana do professor polivalente também poderia/deveria ser imbuída deste convite ao filosofar, a um processo de enfrentamento de problemas por meio de uma reflexão radical, metódica, global, crítica e criativa.
As crianças naturalmente trazem problemas para serem enfrentados em sala de aula, e é no afrontamento dessas questões, dentro de um diálogo investigativo (em que determinadas habilidades de pensamento são desenvolvidas), que uma iniciação filosófica se inicia. Há aqui um duplo desafio: não apenas conseguir detectar e desenvolver filosoficamente as questões dos alunos, mas igualmente, realizar as várias conexões existentes entre os espontâneos questionamentos dos alunos e os conteúdos curriculares a serem trabalhados ao longo dos anos letivos.
São inúmeras as possibilidades de relações entre os temas ditos filosóficos (e mencionados anteriormente) e os conteúdos das diferentes disciplinas escolares. Mais um indício de que o modo filosófico de pensar não deve se restringir apenas à aula de Filosofia, mas ser igualmente desenvolvido nas demais disciplinas da matriz curricular.

Referências bibliográficas
LIPMAN, M. O pensar na educação. Tradução de Ann Mary Fighieira Perpétuo.
Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
________; SHARP, A.M. Looking for meaning, Instructional Manual to accompany
Pixie.Montclair, NJ: The First Mountain Foundation, 1984.
LORIERI, M. Filosofia: fundamentos e métodos. Filosofia no ensino fundamental.
São Paulo: Cortez, 2002.
SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. Campinas:
Autores associados, 1996.

Guilherme Szymanski Ribeiro Gomes é mestre em Filosofia pela PUCSP (2006). Professor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, professor de Filosofia (Ensino Fundamental) da Prima Escola Montessori de São Paulo e do Colégio Ofélia Fonseca. Pertence ao corpo docente do curso de pós-graduação lato sensu Fundamentos de uma Educação para o Pensar (COGEAE/PUC).

Fonte:

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PROFESSORA TORTURADA NA DITADURA ACUSA ADVOGADO DE FOZ DO IGUAÇU DE SER O RESPONSÁVEL POR SEVÍCIAS E ABORTO

Em agosto de 2001, o jornal Folha do Paraná recebeu a carta em anexo, cujo autor é um morador da cidade de Barbosa Ferraz (PR). Na correspondência, o signatário que se identifica como José Ferreira, e diz ter sido em 1970 soldado do 1º Batalhão de Fronteiras, de Foz do Iguaçu, hoje 34 Batalhão de Infantaria Motorizada descreve as cenas de tortura sofridas por Luiz Andrea Fávero e sua esposa Clari Izabel. O recruta confirma as denúncias de torturas que os professores fizeram ao grupo que elaborou o dossiê Brasil Nunca Mais. Na carta, o ex-soldado revela o nome do torturador, hoje advogado em Foz do Iguaçu e diz que “sempre teve um peso da consciência”.
safado PROFESSORA TORTURADA NA DITADURA ACUSA ADVOGADO DE FOZ DO IGUAÇU DE SER O RESPONSÁVEL POR SEVÍCIAS E ABORTO



Ao lado foto do torturador Mário Expedito (Espedito) Ostrovski







RELATO DE IZABEL FÁVERO
Eram mais ou menos 2 horas da manhã quando chegaram à fazenda dos meus sogros em Nova Aurora. A cidade era pequena e foi tomada pelo Exército. Mobilizaram cerca de setecentos homens para a operação. Eu, meu companheiro e os pais dele fomos torturados a noite toda ali, um na frente do outro. Era muito choque elétrico. Fomos literalmente saqueados. Levaram tudo o que tínhamos: as economias do meu sogro, a roupa de cama e até o meu enxoval. No dia seguinte, fomos transferidos para o Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu, onde eu e meu companheiro fomos torturados pelo capitão Júlio Cerdá Mendes e pelo tenente Mário Expedito Ostrovski. Foi pau de arara, choques elétricos, jogo de empurrar e, no meu caso, ameaças de estupro. Dias depois, chegaram dois caras do Dops do Rio, que exibiam um emblema do Esquadrão da Morte na roupa, para ‘ajudar’ no interrogatório. Eu fi cava horas numa sala, entre perguntas e tortura física. Dia e noite. Eu estava grávida de dois meses, e eles estavam sabendo. No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, eu abortei. Depois disso, me colocaram num quarto fechado, fiquei incomunicável. Durante os dias em que fi quei muito mal, fui cuidada e medicada por uma senhora chamada Olga. Quando comecei a melhorar, voltaram a me torturar. Nesse período todo, eu fui insultadíssima, a agressão moral era permanente. Durante a noite, era um pânico quando eles vinham anunciar que era hora da tortura. Quando você começava a se recompor, eles iniciavam a tortura de novo, principalmente depois que chegaram os caras do Dops. Durante anos, eu tive insônia, acordava durante a noite transpirando. De Foz, fomos levados para o Dops de Porto Alegre, onde houve outras sessões de tortura, um na frente do outro. Depois, fomos levados de volta para Curitiba, onde fiquei na penitenciária de Piraquara. Quando fi nalmente fui para a prisão domiciliar, que durou quatro meses, eu sofri muito, fui muito perseguida e ameaçada. Recebia telefonemas anônimos, passava noites sem dormir.
IZABEL FÁVERO, ex-militante da VAR-Palmares, era professora quando foi presa em 5 de maio de 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife (PE), onde é professora de Administração da Faculdade Santa Catarina.
RELATO PUBLICADO NO DOSSIÊ BRASIL NUNCA MAIS
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, após pesquisar nos 12 volumes do Projeto Brasil Nunca Mais, organizado pela Arquidiocese de São Paulo, e em outras fontes vem a público denunciar Mário Expedito Ostrovski, como membro dos órgãos de repressão no período de Ditadura Militar.
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ acredita ser importante enfatizar que o Projeto Brasil Nunca Mais, é o resultado da microfilmagem de todos os processos que se encontram no Superior Tribunal Militar, em Brasília, abrangendo o período de1964 a1978. Trata-se, portanto, de documentação oficial que não pode ser rotulada de facciosa.
O nome de Mário Expedito Ostrovski, aparece uma vez em uma lista do Projeto Brasil Nunca Mais, como 2º Tenente R/2 Infantaria EB atuando na Unidade Militar Foz do Iguaçu/PR, em 1970.
Na lista, de “Elementos Envolvidos Diretamente em Torturas”, à página 17 do Tomo II, volume 3 “Os Funcionários”, seu nome é denunciado , como 2º Tenente R/2 Infantaria EB, no Paraná em 1970.
No Tomo V volume 2 do livro “As Torturas” às págs. 805, 806 e 807 é denunciado, em Auditoria, por Luiz Andréa Fávero, 26 anos, professor, em 1970 esteve preso na Unidade Militar de Foz do Iguaçu/PR, no auto de qualificação e interrogatório transcrito abaixo:
“(…) o interrogando foi surpreendido na residência de seus pais, por uma verdadeira caravana policial; que ditos indivíduos invadiram a casa, algemaram seus pais (…) que em dita dependência os policiais retiraram violentamente as roupas do interrogando e, utilizando-se de uma bacia com água aonde colocaram os pés do interrogando, valendo-se ainda de fios, que eram ligados a um aparelho, passaram a aplicar choques; (…) que, a certa altura o interrogando ouviu os gritos da sua esposa e, ao pedir aos policiais que não a maltratassem, uma vez que a mesma encontrava-se grávida, obteve como resposta uma risada; (…) que o interrogando foi em seguida conduzido para fora da casa, lá avistando seus pais amarrados em uma viatura; que, a certa altura, um policial, deu ordem para que o interrogando corresse e isto de metralhadora em punho (…) que pela manhã o interrogando e sua esposa foram conduzidos para Nova Aurora, (…) foi conduzido para uma sala existente naquele local, por dois policiais que diziam pertencer ao DOPS do Rio/GB, um de nome Juvenal e o outro de nome Pablo; que em dita sala novamente o interrogando foi submetido a torturas, já das mesmas participando o capitão Júlio Mendes, e o tenente Expedito (…) que quer acrescentar ainda que o policial civil de nome Juvenal, em certa altura das torturas que se infringia ao interrogando, mostrou a este um emblema de uma caveira, intitulando-se participante do Esquadrão da Morte (…) que ainda nesse mesmo dia teve o interrogando notícia de que sua esposa sofrera uma hemorragia, constatando-se posteriormente, que a mesma sofrera um aborto (…) posteriormente transferido para Curitiba; que nesta cidade foram levados no Quartel da PE, lá encontrando já fardado a pessoa que comandava a operação realizada em sua residência e mais dois sargentos que participaram também das torturas; que o capitão é de nome Kruguer, e os sargentos Bruno e Balbinoti (…)”
Estas declarações de Luiz Andréa Fávero encontram-se no Processo 551/70 Apelação 38 882, 5ª RM/CJM, contando de 1 volume ( informações à pág. 49 do Tomo II volume 1 “A Pesquisa BNM” do Projeto Brasil Nunca Mais). Este processo trata: “ IPM foi instaurado como desdobramento de prisões no Rio Grande do Sul, atingindo a VAR- Palmares. Apura-se a estruturação de um Comando Territorial da VAR no Paraná, essencialmente na área de Nova Aurora, onde o grupo da VAR vivia em uma fazenda planejada para funcionar como refúgio da Organização e para aliciamento de camponeses na região (informações às págs. 136 e 137 do Tomo II Vol. 1 “A Pesquisa BNM”).



Tipos de tortura usados durante a ditadura civil-militar

As torturas utilizadas no Brasil durante a ditadura militar, têm uma estreita ligação com técnicas desenvolvidas através de experimentos como os do Projeto Mkultra. Essas técnicas foram trazidas para o Brasil  pelos militares e agentes policiais que freqüentaram a Escola das AméricasVários membros da força policial brasileira e militares foram treinados por especialistas em tortura que vieram para o Brasil com o objetivo de difundir os métodos e meios de interrogatório compilados pela CIA. Foi o caso do conhecido Dan Mitrione.  A recente liberação pelo governo americano de uma lista parcial de nomes de participantes nos treinamentos da Escola revelou também o fato de que militares brasileiros treinaram e participaram de tortura, inclusive no ChileNo Brasil foi instalado  o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, comandado pelo general francês Paul Aussaresses, promotor do uso da tortura na guerra colonial da Argélia. O GIGS foi criado por oficiais brasileiros formados na Escola das Américas.

1- Pau-de-Arara
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura PaudeArara Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Pau-de-Arara consistia numa barra de ferro que era atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do joelho, sendo o conjunto colocado entre duas mesas, ficando o corpo do torturado pendurado a cerca de 20 ou 30 centímetros do solo. Este método quase nunca era utilizado isoladamente, seus complementos normais eram eletrochoques, a palmatória e o afogamento.
2- Choque Elétrico
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura ChoqueEletrico Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Choque Elétrico foi um dos métodos de tortura mais cruéis e largamente utilizados durante o regime militar. Geralmente, o choque dado através telefone de campanha do exército que possuía dois fios longos que eram ligados ao cor­po nu, normalmente nas partes sexuais, além dos ouvidos, dentes, língua e dedos. O acusado recebia descargas sucessivas, a ponto de cair no chão.
3- Pimentinha
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura Pimentinha Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Pimentinha era uma máquina que era constituída de uma caixa de madeira que, no seu interior, tinha um ímã permanente, no campo do qual girava um rotor combinado, de cujos termi­nais uma escova recolhia corrente elétrica que era conduzida através de fios. Essa máquina dava choques em torno de 100 volts no acusado.
4- Afogamento
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura Afogamento Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
No Afogamento, os torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira, toalha molhada ou tubo de borracha dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água (ou até fezes), forçando sua nuca para baixo até o limite do afogamento.
5- Cadeira do Dragão
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura CadeiradoDragao Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Cadeira do Dragão era uma espécie de cadeira elétrica, onde os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques.
6- Geladeira
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura Geladeira Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Na Geladeira, os presos ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na “geladeira” por vários dias, sem água ou comida.
7- Palmatória
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura Palmatoria Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Palmatória era como uma raquete de madeira, bem pesada. Geralmente, esta instrumento era utilizado em conjunto com outras formas de tortura, com o objetivo de aumentar o sofrimento do acusado. Com a palmatória, as vítimas eram agredidas em várias partes do corpo, principalmente em seus órgãos genitais.
8- Produtos Químicos
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura ProdutosQuimicos Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Haviam vários Produtos Químicos que eram comprovadamente utilizados como método de tortura. Para fazer o acusado confessar, era aplicado soro de pentatotal, substância que fazia a pessoa falar, em estado de sonolência. Em alguns casos, ácido era jogado no rosto da vítima, o que podia causar inchaço ou mesmo deformação permanente.
9- Agressões Físicas
Historia Listas DitaduraMilitar Tortura LesoesFisicas Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
Vários tipos de Agressões Físicas eram combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis era o popular “telefone”. Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.
10- Tortura Psicológica
 Tipos de tortura usados durante a ditadura civil militar
De certa forma, falar de Tortura Psicológica é redundância, considerando que toda o tipo de tortura deixa marcas emocionais que podem durar a vida inteira. Porém, haviam formas de tortura que tinha o objetivo específico de provocar o medo, como ameaças e perseguições que geravam duplo efeito: fazer a vítima calar ou delatar conhecidos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Origem das palavras cidadão e cidadania



Por Odemi Silva

 A IMPORTÂNCIA DA ORIGEM DOS TERMOS CIDADÃO E CIDADANIA E AS CONCEPÇÕES QUE OS ANTIGOS GREGOS E ROMANOS TINHAM A CERCA DESSAS CONCEPÇÕES

Trabalho apresentado por ISABELA NOBRE GURGEL e KAREN LETICIA MARTINS do 3º B na disciplina de Sociologia da Escola Estadual MARIA REGINA DEMARCHI FANANI

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Depois de observado que o direito à cidadania nem sempre foi um direito universal, passemos a identificar, a partir dos conhecimentos armazenados a respeito do assunto, as origens dos termos "cidadão" e "cidadania".
A origem do termo "cidadão" remonta à Antiguidade Clássica e a uma forma de organização social específica, que se difundiu no Mediterrâneo a partir do século IX a.C.: as cidades-Estado. Os "cidadãos" eram os membros da comunidade que detinham o privilégio de participar integralmente de todo o ciclo da vida cotidiana da cidade-Estado, ou seja, das decisões políticas, da elaboração das regras, das festividades, dos rituais religiosos, da vida pública etc. Eram os únicos considerados indivíduos plenos e livres, com direitos e garantias sobre sua pessoa e seus bens.
            É importante ressaltar que existiam variações entre as diversas cidades-Estado (Atenas, Esparta e Tebas, por exemplo), não havendo um princípio universal que definisse a condição de cidadão. Além disso, os critérios para integração ao corpo de cidadãos variaram ao longo do tempo, e as cidades se tornaram mais ou menos abertas ou fechadas dependendo da época. Porém, é possível indicar três grupos, entre o restante da população, que geralmente não integravam o conjunto dos cidadãos:
·       Os estrangeiros residentes que, embora participassem da vida econômica da cidade, não tinham direito à propriedade privada e não podiam participar das decisões políticas;
·        Populações submetidas ao controle militar da cidade-Estado após a conquista, como os periecos e hilotas;
OBS: Os periecos são habitantes dos arredores de algumas cidades gregas, que podiam se dedicar livremente aos trabalhos agrícolas, ao artesanato e ao comércio. Embora não fossem cidadãos, mantinham-se leais à cidade-Estado à qual estavam ligados. Os hilotas constituíam uma classe de servos ligados a terra, cultivavam os lotes que o Estado atribuía aos seus proprietários, a quem deviam obediência
·       Os escravos, que realizavam todo e qualquer tipo de oficio, desde as atividades agrícolas às artesanais, e eram utilizados, sobretudo, nos serviços domésticos. Os escravos não tinham acesso à esfera pública ou a quaisquer direitos.
É importante observar que, na Grécia Clássica, as mulheres também não tinham direito à participação política. No tocante às diferenças etárias, prevalecia a autoridade dos mais velhos sobre os mais jovens, uma vez que havia limites etários para os cargos mais importantes e atribuições de poderes diferenciadas aos conselhos de anciãos.

Já a palavra cidadania deriva do latim civis (ser humano livre), que gerou civitas (cidadania). Cidadania é uma abstração derivada da junção dos cidadãos e, para os romanos, cidadania, cidade e Estado constituem um único conceito - e só pode haver esse cole­tivo se houver, antes, cidadãos
Uma vez obtida, a cidadania romana trazia consigo privilégios legais e fiscais importantes, pois permitia ao seu portador o direito e a obrigação de seguir as práticas legais do direito romano em contratos, testamentos, casamentos, direitos de propriedade, e de guarda de indivíduos sob sua tutela (como as mulheres da familia e parentes homens com menos de 25 anos).
Desse modo, não eram considerados cidadãos os escravos e os chamados clientes, que deviam fidelidade ao seu patrono em troca de benefícios. Inicialmente, ser cidadão romano era um privilégio reservado apenas aos grandes proprietários rurais, que detinham o monopólio dos cargos públicos e religiosos e o acesso as posições mais importantes da hierarquia militar (patrícios).
A história de Roma se caracteriza por uma profunda luta pela ampliação dos direitos ligados à cidadania pelo restante da população livre (a chamada plebe), como a propriedade de terra conquistada, o fim da escravidão por dívidas, a ocupação de cargos públicos e o voto no Senado.
É pertinente tomar a cidadania no mundo antigo como referência para compreendê-la no mundo moderno. Desse modo, qual, de fato, a importância de estudarmos a origem dos termos cidadão e cidadania e as concepções que os antigos gregos e romanos tinham acerca dessas condições?
[...] a imagem que faziam da cidade antiga, no entanto, era idealizada e falsa. A cidadania nos Estados nacionais contemporâneos é um fenômeno único na História. Não podemos falar de continuidade do mundo antigo, de repetição de uma experiência passada e nem mesmo de um desenvolvimento progressivo que unisse o mundo contemporâneo ao antigo. São mundos diferentes, com sociedades distintas, nas quais pertencimento, participação e direitos têm sentidos diversos 
Pelo fato de estudarmos História Antiga é até plausível que se atribua certa continuidade entre aquelas noções e os ideais que defendemos hoje. É sempre oportuno para destacar as diferenças entre cidadãos na Antiguidade e as características que são apontadas pelo senso comum.
Toda essa compreensão e diferenciação baseadas no estudo da história e da vida cotidiana no mundo greco-romano, transmitida por meio das obras clássicas que chegaram até nós, inspiraram os primeiros pensadores que buscaram uma definição do que hoje entendemos por cidadania. Os elementos que mais se destacaram foram as ideias de democracia, de participação popular nas decisões sobre o destino da coletividade, de soberania do cidadão e de liberdade do indivíduo.
Temos por objetivo fazer com que se perceba que a apropriação das concepções do passado é uma forma de releitura da cidadania, e que esta se deu de uma forma específica, por razões particulares, em determinados contextos, decisivos para o desenvolvimento da noção de cidadania moderna.

A CRUZ E O PUNHAL





Por Odemir Silva

Resumo apresentado por, Alessandra Almeida Florisval, 3º B. (Noturno), na disciplina de Filosofia, Escola Estadual Jacob Casseb.

A cruz e o punhal conta a história de um pastor chamado David que saiu de sua pequena cidade em Transylvania e foi para Nova Yorque, sozinho para pregar o evangélio para os jovens viciados em drogas, que eram de gangues violentas Os MauMaus e Os Bispos , o pregador foi até a casa dos mausmaus, para tentar ajuda-lós, eles não deram muita atenção ao pregador que foi emborra.
No ínicio de sua missão ele teve muitos problemas com Nick o chefe da guange dos MauMaus, que não queria dar ouvido a tudo que ele falava mais aos poucos seu coração foi amolecendo. Enquato as brigas continuaram o pegrador lutava com a recuperação de Rosa vicida em heroina que estava largando seu vício.
Depois de tentativas frustadas. O pregador decidiu alugar um grande salão para um “culto” com os jovens das duas gangues, eles conpareceram, para brigar no salão, pois naquele lá nenhum conseguiria fugir. No ínicio não derem muita importancia as palavras do pregaram, porém Nick entendeu que poderia mudar a sua vida e impediu que aquela briga acontecese. Com essa atitude todos entederam que poderiam mudar sua vida e naquele momento nascerem dinovo, David deu Biblias para todos aqueles jovens, que depois disso começaram a servir a Deus.