Diversidade Social
Por
Odemir Silva[1]
O Brasil é um país de grande
diversidade cultural, social, econômica. Isso devido a mistura de raças durante
sua colonização. Bancos, negros, índios, mulatos, trouxeram consigo sua
cultura, que ao entrar em contato com outras, misturaram-se, incorporaram novos
elementos e terminaram se diferenciando em novos costumes e hábitos.
As diferenças de cor, costumes,
hábitos alimentares, vestuário, língua, tornaram-se causas para preconceitos. A
ignorância e o desejo de mostrar-se superior e inferiorizar os outros no campo
religioso, racial, econômico transformou essa diversidade na desigualdade que
temos até hoje.
Essa diferença é o que causa a
violência, o bullying, etc. Em escolas, alunos negros são com freqüência
agredidos fisicamente e psicologicamente por alunos brancos. A pronúncia de
palavras, o sotaque, as roupas, a condição econômica, a alimentação e até os
lugares que freqüenta ou deixa de freqüentar são outras razões de agressões.
Logo, repensar a diferença entre
desigualdade e diversidade deve ser nossa prioridade. O respeito e a
consciência de que cada um deve ter sua devida importância, quanto qualquer
outro deve ser construído no projeto educativo, político e social. Reconhecer
que somos formados por uma sociedade mestiça, de valores distintos para cada
grupo, e acima disso somos iguais, um dos passos para acabar com a
desigualdade.
A
desigualdade social vem muito acentuada no Brasil,
que é o oitavo país que tem o maior índice de desigualdade social e econômica
no mundo. Um bom exemplo que pode ser dado da desigualdade do Brasil é o
estado da miséria, a extrema condição de renda, os salários baixos,
a fome,
o desemprego,
a violência,
a marginalidade,
etc.
A Diversidade social baseia-se em três
realidades humanas:
1.
Cada
indivíduo é único
2.
Os
indivíduos e suas sociedades estão inter-relacionados e interdependentes.
3.
As
sociedade e culturas são dinâmicas: as mudanças podem ser rápidas ou graduais,
mas irão sempre afetar diferentes membros da sociedade de modo a refletir as
diferenças em termos de poder e status.
Podemos
dizer que a diversidade social é composta por todas as raças, crenças, modos de
vida, todo tipo de cultura, todas as classes sociais, etc. Significam
expressões culturais, diferenças físicas, étnicas, crenças, modos de vida,
classes sociais, etc.
A
desigualdade social não é acidental, e sim produzida por um conjunto de
relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações
que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de
poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.
Costumamos
dizer e ouvir que somos o povo brasileiro! Que vivemos no país do futebol e do
carnaval. Pelo menos é assim que nos veem os outros povos, na maioria das
vezes. Contudo, quando somos indagados e questionados sobre nossa identidade
nacional, ou seja, que povo realmente somos, e qual o sentido da nossa formação
enquanto nação, ficamos na maior “crise de identidade”. Ora, como definir quem
realmente somos em meio à diversidade cultural? Dessa forma, o Brasil da
diversidade é, ao mesmo tempo, o país da desigualdade.
As
Classes Sociais e as Desigualdades
A
diversidade cultural engloba as diferenças culturais que existem entre as
pessoas, como a linguagem, a dança, a vestimenta, as tradições e as heranças
físicas e biológicas, do modo como à sociedade se organiza conforme sua
concepção de moral e religião. Fala-se em desigualdade quando, numa determinada
sociedade, alguns grupos sociais se encontram em situações em que se julgam
serem melhore do que outros.
A
chamada classe social não é mais do que a divisão de pessoas com status sociais
altos e das pessoas com menos status. A divisão de indivíduos a partir das
classes sociais demonstra a desigualdade existente num mesmo território, seja
ela econômica profissional e até mesmo de oportunidades. Como fator normal,
pode-se perceber claramente em diversas organizações a diferenças entre pessoas
de classes sociais altas e baixas. São pessoas muito bem vestidas, atualizadas
e com grande conhecimento das pessoas mal instruídas, que apenas conseguem acatar
ordens, sem poderem dar sua opinião em algo por falta de conhecimento.
Pessoas
que não conseguem estudar e melhorar as suas condições de vida fica “atrasado”
na vida e no mundo de hoje, resultando na dificuldade de emprego e riqueza. Já
as pessoas com o grau de instrução melhor tendem a atualizar-se cada vez mais e
a renovar seus conhecimentos, fazendo suas oportunidades sejam mais amplas.
A Diversidade como
valor em uma sociedade inclusiva
É
inegável o caráter plural do brasileiro em função da mestiçagem de seu povo.
Poderia parecer fácil e sem obstáculos falar a respeito de diversidade em um
país mestiço como o Brasil. No entanto, à quais diversidades nos referiram? Estas
questões vêm à tona quando falamos de diversidade como sinônimo de diferença.
As
diferenças físicas, étnicas, culturais, de gênero, etárias são um fato, mas não
é o foco da discussão. O ponto crucial do debate sobre diversidade é a
percepção, a reflexão e a atuação sobre os mecanismos sociais que transformam
as diferenças em desigualdade, a ponto de apagar a realidade da igualdade na
diferença.
Propõe-se,
portanto, que diversidade seja compreendida como um valor, onde estão
implicadas e articuladas as seguintes idéias: de igualdade na diferença, de
diferença na igualdade, de diferença socialmente transformada em desigualdade.
·
Igualdade
na diferença: valorizar a humanidade que provém de todo e qualquer indivíduo,
base da idéia de direitos humanos. Mesmo em casos graves de deficiência a
pessoa deve ter garantido seu direto de livre escolha e convívio social.
·
Diferença
na igualdade: as peculiaridades das pessoas devem ser reconhecidas, na medida
em que impliquem em adaptações para que sua participação social seja efetivada.
Esta idéia está na base do surgimento do conceito de diversidade.
·
Diferença
socialmente transformada em desigualdade: o resgate dos direitos humanos e a
valorização da diferença são formas de desconstruir a desigualdade. Esta é a
base que fundamenta a prática da diversidade como valor.
É necessário ir além da constatação de que somos todos
diferentes. É preciso localizar e corrigir as distorções minorando ou
eliminando os mecanismos produtores de desigualdade. Não se trata de fazer
ufania (glorificação) das diferenças, desconsiderando os critérios de
competência e habilidades pessoais. Ao contrário, trata-se de detectar aqueles
talentos socialmente caladas, para que todos ganhem com a convivência e
participem da promoção incondicional da diversidade como valor.
Assim, a idéia de diversidade se coloca nesse momento como um
valor a ser perseguido. No cotidiano das organizações a busca pela representação
da diversidade humana em seu bojo deve traduzir-se em ações concretas, que vão
desde uma redefinição da política de recursos humanos até a revisão das
atitudes de todos os colaboradores.
O
respeito à diversidade como valor implica em atitudes pró-ativas que levem da
contemplação à ação cotidiana. Este respeito pode ser medido em graus, seja em
uma sociedade ou uma organização, o que nos permite medir o quanto elas se
empenham no sentido da promoção da diversidade.
Assumir
medidas afirmativas, ou seja, "medidas especiais e temporárias que têm por
objetivo eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a
igualdade de oportunidades e tratamento, bem como compensar perdas provocadas
pela discriminação e marginalização por motivos raciais, étnicos, religiosos,
de gênero e outros" pode contribuir para, através da convivência, dirimir
os efeitos da segregação.
Assim,
a política de adoção de cotas para negros nos vestibulares, de cotas para
pessoas com deficiência nos concursos públicos e a contratação de colaboradores
que representem a diversidade social são exemplos de ações afirmativas, embora
não se esgotem nelas.
Qualquer
mudança social é complexa e requer alterações em diferentes níveis de
intervenção, tais como, vivencial, social, cultural, econômico e político. As
ações afirmativas visam atingir os níveis vivencial, social e cultural,
possibilitando, através da convivência, a quebra de preconceitos arraigados.
Isso
não é pouco. A convivência, a participação social, educacional e econômica dos grupos
minoritários na vida da comunidade gerará uma cadeia de transformações que, num
crescente, abre possibilidades de interferência nos níveis político e
econômico.
Esta
é a aposta. É o reconhecimento e o respeito pela diversidade como valor,
considerada criticamente, que pode gerar as mudanças devidas a esses segmentos
populacionais e a toda comunidade brasileira.
Diversidade
Cultural
A diversidade cultural são diferenças culturais que existem
entre o ser humano. Há vários tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização
da sociedade.
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias,
características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto,
situação ou ambiente. Cultura é
um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente
especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado
no espaço/tempo. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais
que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um
território e num determinado período.
A
Origem da Diversidade Cultural
Há
um consenso geral entre os principais antropólogos que
o primeiro homem
surgiu na África, há cerca de dois milhões de anos atrás. Desde então, temos
nos espalhados por todo o mundo,
com sucesso em nos adaptarmos às diferentes condições, como por exemplo, as mudanças
climáticas. As muitas sociedades que
surgiram separadas por todo o globo diferiam
sensivelmente umas das outras, e muitas dessas diferenças persistem até hoje.
Bem
como os mais evidentes as diferenças culturais que
existem entre os povos, como a língua,
vestimenta e tradições, também existem variações significativas na forma como
as sociedades organizam-se na sua concepção partilhada da moralidade e na
maneira como interagem no seu ambiente.
Joe Nelson tem popularizado a expressão “Cultura e diversidade”. É
possível argumentar que a diversidade cultural pode ser vital para a
sobrevivência em longo prazo da humanidade e
que a preservação das culturas
indígenas pode ser tão importante
para a humanidade como a conservação das espécies e do ecossistema para a vida em geral.
A
Diversidade Cultural no Brasil
A
diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre
os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas,
tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território,
apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas
regiões.
Os
principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus,
a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes
italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram
para a pluralidade cultural do Brasil. Nesse contexto, alguns aspectos
culturais das regiões brasileiras serão abordados.
Região
Nordeste
Entre
as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu
boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba,
marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Algumas manifestações
religiosas são a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A
literatura de Cordel é
outro elemento forte da
cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os
pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode,
sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de
fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada,
tapioca, pé de moleque, entre tantos outros.
Região
Norte
A
quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas
populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de
Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no
Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o congo ou
congada, a folia de reis e a festa do divino. A influência indígena é
fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros
alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca
cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de
erva), camarão seco e pimenta de cheiro.
Região
Centro-Oeste
A
cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições
principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e
paraguaios. São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o
fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A
culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz
carreteiro, arroz boliviano, Maria-isabel, impadão goiano, pamonha, angu, cural,
os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu, dourado, entre outros.
Região
Sudeste
Os
principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da
páscoa e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval,
peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá,
folia de reis, caiapó. A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta
forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e
asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão de
queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de
bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.
Região
Sul
O Sul
apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e,
principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva
(italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o
fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a
festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi de mamão, a dança de
fitas, boi na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão,
camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma
panela de barro), vinho.
A
Diversidade Étnica no Brasil
O
Brasil é um país com grande diversidade étnica, sua população é composta
essencialmente por três principais grupos étnicos: o indígena, o branco e o
negro. Os indígenas constituem a população nativa do país, os portugueses foram
os povos colonizadores da nação e os negros africanos foram trazidos para o
trabalho escravo.
Esse
contexto proporcionou a miscigenação dos habitantes do Brasil, caracterizados
como mulato (branco + negro); caboclo ou mameluco (branco + índio); cafuzo (índio
+ negro). Com o prosseguimento da miscigenação, originaram-se os inúmeros tipos
que hoje compõem a nossa população. É sempre importante ressaltar que nos
estados brasileiros não há homogeneidade étnica, e sim, a predominância de
vários grupos. A distribuição dos principais grupos étnicos pelo território
nacional é uma consequência do povoamento das regiões do país.
A composição étnica da sociedade brasileira é
resultado de uma confluência de pessoas de várias origens étnicas
diferentes, dos povos
indígenas originais, até a chegada dos colonizadores portugueses, escravos negros
africanos e de
recentes ondas
imigratórias de europeus, árabes e japoneses,
além de outros povos asiáticos e de países sul-americanos.
Nos
séculos XIX e XX, a cultura
brasileira tem
promovido uma integração e miscigenação racial. No entanto, as relações raciais
no Brasil não têm sido harmônicas, especialmente em relação ao papel de
desvantagem dos negros brasileiros e indígenas, grupos fortemente explorados no período
colonial do país, que tendem a ocupar posições menos prestigiadas na sociedade
brasileira moderna.
As
análises de marcadores genéticos revelam que os brasileiros de todas as regiões
do país são racialmente mistos e predominantemente de origem europeia -
incluindo a maioria das pessoas que se definem como pardas e
negras. Este
é o resultado de deliberadas políticas de "branqueamento racial”
prosseguida pelo Imperador
Dom Pedro II e
pelos governos da República
Velha, que se manifestam na seleção de imigrantes brancos, sob a influência das
teorias radialistas de Gobineau.
Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase
vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes
de cor ou raça branca. A maioria apontou origem
brasileira (45,53%).
15,72% apontaram origem italiana,
14,50% portuguesa, 6,42% espanhola,
5,51% alemã e 12,32%
outras origens, que incluem africana, indígena, judaica e árabe.
O Brasil pode
ser apontado como um exemplo de que o conceito de "raça" é uma
construção social, e que o que é entendido como "raça" em uma
sociedade não é o mesmo que é entendido como tal em outra.
Conclusão
Com
esse trabalho eu concluo que a desigualdade brasileira é um problema que
acontece muito no Brasil, que por acaso é o oitavo país com o maior índice de
desigualdade do mundo. Posso ver também que a desigualdade não é algo
acidental, é algo que vem da vida de cada pessoa, são as diferenças culturais,
sócias, étnicas (...) que cada um tem, mas essas diferenças acabam levando a
violência.
Não só
diferenças de cor, cultura, características ou elementos da pessoa, mas a
diferença de classes sociais é a divisão de indivíduos a partir de status,
territórios, econômicos e profissionais.
Com
esse trabalho, eu pude notar as diferenças de cor, costumes, hábitos
alimentares, vestuário, língua, tornaram-se causas para preconceitos. Eu pude
entender que todos devem ter sua devida importância, independente do dinheiro,
da cor ou da cultura, também temos que reconhecer quem somos e que vivemos em
um mundo em que a sociedade é uma mistura de culturas e que nada importa a não
ser você mesmo, cada um com suas diferenças.
Bibliografia
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