sexta-feira, 7 de junho de 2013

Diversidade Social

Por Odemir Silva[1]

O Brasil é um país de grande diversidade cultural, social, econômica. Isso devido a mistura de raças durante sua colonização. Bancos, negros, índios, mulatos, trouxeram consigo sua cultura, que ao entrar em contato com outras, misturaram-se, incorporaram novos elementos e terminaram se diferenciando em novos costumes e hábitos.
As diferenças de cor, costumes, hábitos alimentares, vestuário, língua, tornaram-se causas para preconceitos. A ignorância e o desejo de mostrar-se superior e inferiorizar os outros no campo religioso, racial, econômico transformou essa diversidade na desigualdade que temos até hoje.
Essa diferença é o que causa a violência, o bullying, etc. Em escolas, alunos negros são com freqüência agredidos fisicamente e psicologicamente por alunos brancos. A pronúncia de palavras, o sotaque, as roupas, a condição econômica, a alimentação e até os lugares que freqüenta ou deixa de freqüentar são outras razões de agressões.
Logo, repensar a diferença entre desigualdade e diversidade deve ser nossa prioridade. O respeito e a consciência de que cada um deve ter sua devida importância, quanto qualquer outro deve ser construído no projeto educativo, político e social. Reconhecer que somos formados por uma sociedade mestiça, de valores distintos para cada grupo, e acima disso somos iguais, um dos passos para acabar com a desigualdade.



A desigualdade social vem muito acentuada no Brasil, que é o oitavo país que tem o maior índice de desigualdade social e econômica no mundo. Um bom exemplo que pode ser dado da desigualdade do Brasil é o estado da miséria, a extrema condição de renda, os salários baixos, a fome, o desemprego, a violência, a marginalidade, etc.
A Diversidade social baseia-se em três realidades humanas:
1.               Cada indivíduo é único
2.               Os indivíduos e suas sociedades estão inter-relacionados e interdependentes.
3.               As sociedade e culturas são dinâmicas: as mudanças podem ser rápidas ou graduais, mas irão sempre afetar diferentes membros da sociedade de modo a refletir as diferenças em termos de poder e status.
Podemos dizer que a diversidade social é composta por todas as raças, crenças, modos de vida, todo tipo de cultura, todas as classes sociais, etc. Significam expressões culturais, diferenças físicas, étnicas, crenças, modos de vida, classes sociais, etc.
A desigualdade social não é acidental, e sim produzida por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.
Costumamos dizer e ouvir que somos o povo brasileiro! Que vivemos no país do futebol e do carnaval. Pelo menos é assim que nos veem os outros povos, na maioria das vezes. Contudo, quando somos indagados e questionados sobre nossa identidade nacional, ou seja, que povo realmente somos, e qual o sentido da nossa formação enquanto nação, ficamos na maior “crise de identidade”. Ora, como definir quem realmente somos em meio à diversidade cultural? Dessa forma, o Brasil da diversidade é, ao mesmo tempo, o país da desigualdade.

As Classes Sociais e as Desigualdades
A diversidade cultural engloba as diferenças culturais que existem entre as pessoas, como a linguagem, a dança, a vestimenta, as tradições e as heranças físicas e biológicas, do modo como à sociedade se organiza conforme sua concepção de moral e religião. Fala-se em desigualdade quando, numa determinada sociedade, alguns grupos sociais se encontram em situações em que se julgam serem melhore do que outros.
A chamada classe social não é mais do que a divisão de pessoas com status sociais altos e das pessoas com menos status. A divisão de indivíduos a partir das classes sociais demonstra a desigualdade existente num mesmo território, seja ela econômica profissional e até mesmo de oportunidades. Como fator normal, pode-se perceber claramente em diversas organizações a diferenças entre pessoas de classes sociais altas e baixas. São pessoas muito bem vestidas, atualizadas e com grande conhecimento das pessoas mal instruídas, que apenas conseguem acatar ordens, sem poderem dar sua opinião em algo por falta de conhecimento.
Pessoas que não conseguem estudar e melhorar as suas condições de vida fica “atrasado” na vida e no mundo de hoje, resultando na dificuldade de emprego e riqueza. Já as pessoas com o grau de instrução melhor tendem a atualizar-se cada vez mais e a renovar seus conhecimentos, fazendo suas oportunidades sejam mais amplas.

A Diversidade como valor em uma sociedade inclusiva

É inegável o caráter plural do brasileiro em função da mestiçagem de seu povo. Poderia parecer fácil e sem obstáculos falar a respeito de diversidade em um país mestiço como o Brasil. No entanto, à quais diversidades nos referiram? Estas questões vêm à tona quando falamos de diversidade como sinônimo de diferença.
As diferenças físicas, étnicas, culturais, de gênero, etárias são um fato, mas não é o foco da discussão. O ponto crucial do debate sobre diversidade é a percepção, a reflexão e a atuação sobre os mecanismos sociais que transformam as diferenças em desigualdade, a ponto de apagar a realidade da igualdade na diferença.
Propõe-se, portanto, que diversidade seja compreendida como um valor, onde estão implicadas e articuladas as seguintes idéias: de igualdade na diferença, de diferença na igualdade, de diferença socialmente transformada em desigualdade.
·                 Igualdade na diferença: valorizar a humanidade que provém de todo e qualquer indivíduo, base da idéia de direitos humanos. Mesmo em casos graves de deficiência a pessoa deve ter garantido seu direto de livre escolha e convívio social.
·                 Diferença na igualdade: as peculiaridades das pessoas devem ser reconhecidas, na medida em que impliquem em adaptações para que sua participação social seja efetivada. Esta idéia está na base do surgimento do conceito de diversidade.
·                 Diferença socialmente transformada em desigualdade: o resgate dos direitos humanos e a valorização da diferença são formas de desconstruir a desigualdade. Esta é a base que fundamenta a prática da diversidade como valor.
É necessário ir além da constatação de que somos todos diferentes. É preciso localizar e corrigir as distorções minorando ou eliminando os mecanismos produtores de desigualdade. Não se trata de fazer ufania (glorificação) das diferenças, desconsiderando os critérios de competência e habilidades pessoais. Ao contrário, trata-se de detectar aqueles talentos socialmente caladas, para que todos ganhem com a convivência e participem da promoção incondicional da diversidade como valor.
Assim, a idéia de diversidade se coloca nesse momento como um valor a ser perseguido. No cotidiano das organizações a busca pela representação da diversidade humana em seu bojo deve traduzir-se em ações concretas, que vão desde uma redefinição da política de recursos humanos até a revisão das atitudes de todos os colaboradores.
O respeito à diversidade como valor implica em atitudes pró-ativas que levem da contemplação à ação cotidiana. Este respeito pode ser medido em graus, seja em uma sociedade ou uma organização, o que nos permite medir o quanto elas se empenham no sentido da promoção da diversidade.
Assumir medidas afirmativas, ou seja, "medidas especiais e temporárias que têm por objetivo eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização por motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros" pode contribuir para, através da convivência, dirimir os efeitos da segregação.
Assim, a política de adoção de cotas para negros nos vestibulares, de cotas para pessoas com deficiência nos concursos públicos e a contratação de colaboradores que representem a diversidade social são exemplos de ações afirmativas, embora não se esgotem nelas.
Qualquer mudança social é complexa e requer alterações em diferentes níveis de intervenção, tais como, vivencial, social, cultural, econômico e político. As ações afirmativas visam atingir os níveis vivencial, social e cultural, possibilitando, através da convivência, a quebra de preconceitos arraigados.
Isso não é pouco. A convivência, a participação social, educacional e econômica dos grupos minoritários na vida da comunidade gerará uma cadeia de transformações que, num crescente, abre possibilidades de interferência nos níveis político e econômico.
Esta é a aposta. É o reconhecimento e o respeito pela diversidade como valor, considerada criticamente, que pode gerar as mudanças devidas a esses segmentos populacionais e a toda comunidade brasileira.

Diversidade Cultural
A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o ser humano. Há vários tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da sociedade.
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Cultura é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

A Origem da Diversidade Cultural
Há um consenso geral entre os principais antropólogos que o primeiro homem surgiu na África, há cerca de dois milhões de anos atrás. Desde então, temos nos espalhados por todo o mundo, com sucesso em nos adaptarmos às diferentes condições, como por exemplo, as mudanças climáticas. As muitas sociedades que surgiram separadas por todo o globo diferiam sensivelmente umas das outras, e muitas dessas diferenças persistem até hoje.
Bem como os mais evidentes as diferenças culturais que existem entre os povos, como a língua, vestimenta e tradições, também existem variações significativas na forma como as sociedades organizam-se na sua concepção partilhada da moralidade e na maneira como interagem no seu ambiente.
Joe Nelson tem popularizado a expressão “Cultura e diversidade”. É possível argumentar que a diversidade cultural pode ser vital para a sobrevivência em longo prazo da humanidade e que a preservação das culturas indígenas pode ser tão importante para a humanidade como a conservação das espécies e do ecossistema para a vida em geral.

A Diversidade Cultural no Brasil
A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil. Nesse contexto, alguns aspectos culturais das regiões brasileiras serão abordados.

Região Nordeste
Entre as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Algumas manifestações religiosas são a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é
outro elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros.

Região Norte
A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o congo ou congada, a folia de reis e a festa do divino. A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta de cheiro.

Região Centro-Oeste
A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, Maria-isabel, impadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu, dourado, entre outros.

Região Sudeste
Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó. A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.

Região Sul
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi de mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro), vinho.


A Diversidade Étnica no Brasil
O Brasil é um país com grande diversidade étnica, sua população é composta essencialmente por três principais grupos étnicos: o indígena, o branco e o negro. Os indígenas constituem a população nativa do país, os portugueses foram os povos colonizadores da nação e os negros africanos foram trazidos para o trabalho escravo.
Esse contexto proporcionou a miscigenação dos habitantes do Brasil, caracterizados como mulato (branco + negro); caboclo ou mameluco (branco + índio); cafuzo (índio + negro). Com o prosseguimento da miscigenação, originaram-se os inúmeros tipos que hoje compõem a nossa população. É sempre importante ressaltar que nos estados brasileiros não há homogeneidade étnica, e sim, a predominância de vários grupos. A distribuição dos principais grupos étnicos pelo território nacional é uma consequência do povoamento das regiões do país.
A composição étnica da sociedade brasileira é resultado de uma confluência de pessoas de várias origens étnicas diferentes, dos povos indígenas originais, até a chegada dos colonizadores portugueses, escravos negros africanos e de recentes ondas imigratórias de europeus, árabes e japoneses, além de outros povos asiáticos e de países sul-americanos.
Nos séculos XIX e XX, a cultura brasileira tem promovido uma integração e miscigenação racial. No entanto, as relações raciais no Brasil não têm sido harmônicas, especialmente em relação ao papel de desvantagem dos negros brasileiros e indígenas, grupos fortemente explorados no período colonial do país, que tendem a ocupar posições menos prestigiadas na sociedade brasileira moderna.
As análises de marcadores genéticos revelam que os brasileiros de todas as regiões do país são racialmente mistos e predominantemente de origem europeia - incluindo a maioria das pessoas que se definem como pardas e negras. Este é o resultado de deliberadas políticas de "branqueamento racial” prosseguida pelo Imperador Dom Pedro II e pelos governos da República Velha, que se manifestam na seleção de imigrantes brancos, sob a influência das teorias radialistas de Gobineau. Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A maioria apontou origem brasileira (45,53%). 15,72% apontaram origem italiana, 14,50% portuguesa, 6,42% espanhola, 5,51%  alemã e 12,32% outras origens, que incluem africana, indígena, judaica e árabe. O Brasil pode ser apontado como um exemplo de que o conceito de "raça" é uma construção social, e que o que é entendido como "raça" em uma sociedade não é o mesmo que é entendido como tal em outra.

Conclusão
Com esse trabalho eu concluo que a desigualdade brasileira é um problema que acontece muito no Brasil, que por acaso é o oitavo país com o maior índice de desigualdade do mundo. Posso ver também que a desigualdade não é algo acidental, é algo que vem da vida de cada pessoa, são as diferenças culturais, sócias, étnicas (...) que cada um tem, mas essas diferenças acabam levando a violência.
Não só diferenças de cor, cultura, características ou elementos da pessoa, mas a diferença de classes sociais é a divisão de indivíduos a partir de status, territórios, econômicos e profissionais.
Com esse trabalho, eu pude notar as diferenças de cor, costumes, hábitos alimentares, vestuário, língua, tornaram-se causas para preconceitos. Eu pude entender que todos devem ter sua devida importância, independente do dinheiro, da cor ou da cultura, também temos que reconhecer quem somos e que vivemos em um mundo em que a sociedade é uma mistura de culturas e que nada importa a não ser você mesmo, cada um com suas diferenças.

Bibliografia





[1] Docente das Disciplinas de sociologia e Filosofia

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