Conforme João Antonio de Paula, Caio Prado Junior apresenta
uma tese na faculdade de direito da Universidade de são Paulo para concorrer à
cátedra de economia Política em 1954. Prado desenvolveu vários trabalhos
importantes na área das Ciências sociais, sendo esse material um instrumento
analítico para o marxismo.
Penso eu que por ter um conhecimento profundo na
área das Ciências Sociais Prado desenvolve um pensamento de esquerda, pois no
decorrer do seu trabalho observo que visa a questão social. Começando por
“entender a colonização portuguesa, a presença e a empresa portuguesa na
América...”. Portanto partindo desse pressuposto a colonização aqui foi um
desastre para os nativos dessa terra.
Segundo Antônio sua crítica não esta em torno da
tese de Prado “Diretrizes para uma Política Econômica Brasileira”, pois passado
cinqüenta anos é possível estudar essa tese, pois a leitura de Prado estava
correta e vislumbram hoje como uma profecia, que acompanhou um período difícil
no Brasil dos anos pós 1954.
Antônio cita
que “em 1954 foram publicados no Brasil dois livros fundamentais para a
economia política brasileira: Economia Brasileira, de Celso Furtado, e
Diretrizes para uma Política Econômica Brasileira, de Caio Prado Júnior”, esse livros conforme Antônio “são
manifestações” do tempo em que, segundo penso eu, é percebido que a
desigualdade econômica da época não são causas naturais e sim reflexo de uma
administração onde impera raízes imperiais.
Através dos trabalhos de Raul Prebisch na CEPAL,
“abriram-se uma temporada de contribuições decisivas para a construção de uma
teoria do desenvolvimento econômico”, acredito que essas literatura
contribuíram para que Caio Prado Junior e tantos outros tivessem como apoio sua
teoria e avançasse no desenvolvimento de um conceito para o desmembramento do
domínio imperial, que perdurou por longos anos nos países invadidos pelos
europeus.
Me chama a atenção de um livro “Riquezas e Pobrezas
das Nações” de David Landes, onde segundo Antônio contribuiu para “resistir o capitalismo”,
porém me parece que Lande não era tão socialista como parecia. Após a segunda
guerra é evidente uma crise em vários países principalmente nos mais pobres,
despertando para pensar-se em uma forma de conduzir o país num momento tão
crítico.
Nesse contexto como diz Antônio há importantes
contribuições extraídas da tese de Prado;
a) pela ampla mobilização de conhecimentos
históricos que realiza;
b) pela consistência e segurança da argumentação;
c) pelas implicações políticas que decorrem de sua análise;
d) pela compreensão de conjunto da realidade
econômica brasileira.
Prado argumenta que independente do desenvolvimento
depender das importações, penso eu, não temos ainda uma forma econômica de
administrar nossas riquezas pois ainda dependíamos de bens que vinham de fora
do país , portanto com condições de gerar riqueza para o próprio país ficávamos
dependendo do capital de fora e logo então vivíamos a teoria da dependência.
Lendo esse artigo percebo que Prado era realmente
esquerda ao ponto de debater com economistas “brasileiros e estrangeiros”,
levando em consideração nesse debate o “...a deterioração dos termos de troca,
a validade e eficácia do planejamento econômico, as fontes de financiamento
para o desenvolvimento, a importância do mercado interno e dos capitais
externos no processo de desenvolvimento.” Com essa postura percebo que Prado é
um “marxista praticante”.
Penso que através de Prado e principalmente em um
período de transformações no Brasil foi possível introduzir o marxismo na
classe mais elitistas apesar de que em pouco tempo adentraríamos em um processo
de “Ditadura” onde ficaria difícil para propagar essa idéia, mas penso eu, que
os intelectuais daquela época ao lerem Prado se conscientizaram da importância da
prática dessa teoria marxista, que percebo que seria a descentralização do
poder econômico centralizado no governo e distribuir de forma igualitária essa
riqueza entre as classes mais pobres do país.
Porém como disse anteriormente após 1964, o Brasil
toma outro rumo e infelizmente os militares vende o país e torna-o escravo de
grandes potências fazendo que o país se afundasse cada vez mais, “para buscar
servir à dívida externa, que cresceu significativamente a partir de 1981, em
decorrência da elevação dos juros dos títulos da dívida pública
norte-americana...”, devido a essa circunstância o Brasil aumenta a produção
interna defasando o trabalhador e foi onde gerou a insatisfação do povo e
culminou em “Diretas Já”, penso assim, pois fazendo a leitura desse artigo e
montando o quebra cabeça da história vejo a evolução do capital brasileiro
hoje, com um governo igualitário.
Conforme Antônio Prado morre, porém vê que não
estava tão distante assim até porque percebo que o autor do artigo cita vários
países onde se propagou essa tese de Prado ainda que por outros pensadores mas
que surtiram efeitos de forma que serviu de exemplo para Prado, e que hoje
percebemos que a sua teoria de muitos anos atrás esta em prática no Brasil,
ainda que com muita dificuldade principalmente no contexto político, e por
termos em nossas raízes o imperialismo que ficou do tempo da colonização do
nosso Brasil.
Odemir Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário