Por Odemir Silva
Atividade apresentada no curso de Pós Graduação "Especialização em ensino de Filosofia" na UFUSCAR.
Conforme o texto da professora
Paula Ramos “A didática está ligada ao currículo”, observo que “De fato, toda
essa discussão não é nova e sempre precisaremos passar por ela, uma vez que as
questões do ensino de filosofia são, sobretudo, verdadeiros problemas
filosóficos”.
Interessante que a
professora destaca nesse texto “questões que levam a tratar do ensinar e do
aprender, e da filosofia e do filosofar”, porém é importante que a filosofia
tenha um lugar de destaque porque me parece que filosofamos mas não se dá a
devida importância para a Filosofia.
Surge então a pergunta “O
que esperarmos da filosofia?”, como disse a professora, “eis um enorme
desafio!”, e nessa corrida todos quantos pararem para pensar nessa pergunta com
certeza vão querer uma resposta que convença, sendo que para isso terá que
percorrer um longo trecho, penso eu.
Pois “O que queremos com a
filosofia”, conforme diz a professora Paula, pode ser uma “questão que nos faz
olhar para trás no sentido de ver o que outros já quiseram dela...”, penso eu,
que muitos já vem nessa corrida em busca de uma resposta portanto
“...inevitavelmente nos lança em um tempo atual, ao tempo presente, àquilo que
está sendo, pois é nesse terreno que nos movimentamos”, imagino que apesar de
ter outros que nessa corrida sempre vamos nos deparar com o tempo presente,
isto é, a corrida estará sempre sendo atualizada.
Isso nos levará a outra
pergunta que é “Quais os desafios atuais que a filosofia pode nos ajudar a
enfrentar?” e “Como ela pode nos colocar de frente ao presente e como no
presente podemos nos colocar de frente para ela?”.
Na primeira pergunta penso
que a filosofia pode ajudar-nos à compreensão de uma leitura política,
sociológica até porque estamos vivendo dias de conflitos entre nações e isso
requer um entendimento um pouco mais amplo e não somente o que a mídia expõe e
sim um conhecimento histórico e social dentre esses países. Na segunda imagino
que torna-se um pouco complexo quando diz que a filosofia poderá nos colocar de
frente ao presente, porque para tal requer uma leitura da realidade sem
intermediários que façam essa interpretação e formem seus conceitos e repassem
para as pessoas, portanto com uma realidade que não valoriza a Filosofia poderá
nos colocar de frente pra ela?, obstante de entender que a experiência também pode
ser uma ferramenta para tal leitura, porém penso que ainda é muito vago para
responder essa pergunta.
Continuando nos textos da
professora Paula Ramos vejo que “Os filósofos frankfurtianos trataram de
questões que são mais atuais e decisivas hoje do que na época em que as
formularam”, interessante porque derrepente podemos até pensar que não tem
sentido estarmos problematizando algum tema hoje porém só saberemos amanhã,
pois agora no presente, penso eu, é uma leitura desse momento e certamente
servirá para uma leitura no futuro para poder entender os fenômenos que estarão
ocorrendo.
Nesse contexto aparece a
questão da formação, que sofre com os “processos semiformativos” que está nas
sociedades administrativas e “é o verdadeiro obstáculo para uma formação plena”.
E conforme o texto da
professora “Nossos tempos, nossos desafios”, vejo que “Os produtos da indústria
cultural...simplificam e distorcem a realidade”, e estão principalmente dentro
das escolas que seriam um dos destaques dentro da sociedade como grupo formador
de opinião, mas que está em constante luta
isto é, “...a própria escola acaba tendo que lutar pela formação em um
contexto no qual a semiformação domina a todos”.
Isso leva-nos a ter uma
postura diferente em relação a leitura de mundo fazendo com que a todo instante
nossas leituras sejam problematizadas, imagino que independente da mídia,
escolas e outros grupos de formação de opinião dentro da sociedade se faz
necessário estarmos em constante reciclagem, buscando cursos que os atualizem dentro
da nossa área que atua, até porque com uma sociedade que está em constante
transformação é necessário que os professores estejam atualizados com a
realidade.
Imagino que quando
deixamos de fazer uma leitura de mundo dentro de um contexto real, também deixamos
de contribuir para nossa própria formação, partindo do pressuposto de que não
detenho “todo conhecimento”, imagino que levar o aluno ao diálogo dessa
realidade fará com que também adquira conhecimento e faça parte da
transformação e não simplesmente deixar que tudo aconteça.
Apartir daqui começa o
garimpo, pois penso que, ao garimparmos nossos alunos certamente encontraremos
pedras preciosas e é lógico que em alguns uma quantidade maior e em outros,
outra quantidade menor, isso é natural, mas o importante é que todos tem algo
de importante e que só será descoberto na medida em que formos cavando,isto é,
garimpando pois “Acontece, porém, que
nos esquecemos da garimpagem necessária para chegar até essa pedra preciosa”, e
isso é tudo o que a mídia e grupos que não querem cidadãos pensantes, que
filosofam.
O desafio da filosofia
nesse tempo presente, penso eu, pode ser o de através da formação superar a
deformação, pois através da prática observo que se faz necessário que o
professor seja de fato formado no sentido de também entender que sua formação
dependerá do outro, até porque o outro fará parte do contexto em que o
professor desenvolverá suas práticas pedagógicas.
Creio que a Filosofia tem
o papel de fazer com que o aluno venha filosofar com sua realidade, fazendo
desse aluno participante da história e não mero telespectador, até porque a
mídia tem feito isso, tem trabalhado de tal maneira que as pessoas não querem
pensar, isto é, filosofar porque já tem quem faça isso.
Encerrando, imagino que
“um dos desafios mais centrais dos nossos tempos, que é descobrir um modo de
pensar melhor algum problema, alguma questão”, exige desconectar-se de ilusões
e conectar-se à realidade, penso que não é uma tarefa fácil até porque
precisamos de veículos de informaçoes para estar informados, porém que nossa
leitura de mundo seja apartir de minha formação como ser e nesse contexto
enxergar essa realidade apartir do que ela é e não do que dizem pra mim, e
então pode ser que tenhamos um caminho para trilharmos.
Odemir Silva
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