quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Reflexão sobre as manifestações de Junho de 2013 no Brasil.



Por Odemir Silva

Observando os textos sugeridos pelo professor Guilherme Flynn Paciornik, com certeza escreveríamos um texto enorme por conta dos vários conceitos e o ponto de vista de cada um de nós, porém escolhemos o texto “Um objetivo para os movimentos sociais” do professor Alberto Melucci, que traz uma reflexão sobre o pós anos 70, a sobrecarga política, o que é movimento?,  a esfera de ação dos movimentos contemporâneos, o padrão organizacional, o resultado e sistemas políticos.
Portanto nos deteremos no tema “A esfera de ação dos movimentos contemporâneos” que segundo o professor Guilherme pode-se “observar a formação de uma esfera de conflitos, que pertence especificamente às sociedades capitalistas pós-industriais, complexas ou avançadas”, isto é, pensamos que essa manifestação pode estar vinculada a essa transformação na sociedade, até porque ela é dinâmica.
E nessas transformações observamos que conforme o “professor de ciências sociais Luiz Eduardo Soares, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)” disse que o “Brasil avançou, os cidadãos se sentiram potencializados, aprenderam a linguagem da cidadania, viveram a possibilidade da redução da desigualdade e da ascensão, viveram a possibilidade de redução das perdas, da inflação e crise no horizonte que ocorreram para isso, e nesse contexto, sentindo-se potencializados, em função das dinâmicas da sociedade que de fato carreavam esse espírito, eles se afirmaram autonomamente[1]”.
Imaginamos que os conflitos “revelam uma mudança maior na estrutura dos sistemas complexos e novas contradições aparecem, afetando sua lógica fundamental”, portanto a manifestação de junho de 2013, pode ser um fenômeno que surgiu sendo um reflexo aos conflitos dos “anos 80” que “revelam estas novas contradições e implicam uma intensa redefinição da situação dos movimentos sociais e de suas formas de ação”.
Porém apara o professor da Uerj, “o desafio de entender esse fenômeno e analisar os fatos sob uma ótica tradicional ocorre pela originalidade das manifestações. Os fenômenos novos, portanto singulares, apreendidos pela projeção dos sistemas categoriais tradicionais revelam-se precários e lacunosos. Eles não são organizados, não têm liderança, não têm nacionalidade, não têm propósito, não têm bandeira, não têm tradição, a lista é infindável”.
Finalizamos refletindo no texto do professor Guilherme e do professor Luiz Eduardo Soares, que nos provoca na reflexão a dizer que a manifestação de junho de 2013 foi diluída e que hoje surgem outras manifestações com outras bandeiras, outras reivindicações que até fogem daquelas e é preciso estudar esse fenômeno já com um contexto totalmente diferente de 2013.
Pois os “conflitos dos anos 80 revelam estas novas contradições e implicam uma intensa redefinição da situação dos movimentos sociais e de suas formas de ação”, sendo assim é possível dizermos que as manifestações de 2013 pode ser um reflexo de outras que surgiram anterior a este assim como os que surgem após 2013 que serão totalmente diferentes.



[1] http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/09/18/interna_brasil,388902/manifestacoes-de-junho-tiraram-o-foco-dos-grandes-eventos-de-2013.shtml

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