Por Odemir Silva
Observando os textos sugeridos pelo professor Guilherme Flynn Paciornik,
com certeza escreveríamos um texto enorme por conta dos vários conceitos e o
ponto de vista de cada um de nós, porém escolhemos o texto “Um objetivo para os
movimentos sociais” do professor Alberto Melucci, que traz uma reflexão sobre o
pós anos 70, a
sobrecarga política, o que é movimento?,
a esfera de ação dos movimentos contemporâneos, o padrão organizacional,
o resultado e sistemas políticos.
Portanto nos deteremos no tema “A esfera de ação dos movimentos
contemporâneos” que segundo o professor Guilherme pode-se “observar a formação
de uma esfera de conflitos, que pertence especificamente às sociedades
capitalistas pós-industriais, complexas ou avançadas”, isto é, pensamos que
essa manifestação pode estar vinculada a essa transformação na sociedade, até
porque ela é dinâmica.
E nessas transformações observamos que conforme o “professor de ciências
sociais Luiz Eduardo Soares, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)”
disse que o “Brasil avançou, os cidadãos se sentiram potencializados,
aprenderam a linguagem da cidadania, viveram a possibilidade da redução da
desigualdade e da ascensão, viveram a possibilidade de redução das perdas, da
inflação e crise no horizonte que ocorreram para isso, e nesse contexto,
sentindo-se potencializados, em função das dinâmicas da sociedade que de fato
carreavam esse espírito, eles se afirmaram autonomamente[1]”.
Imaginamos que os conflitos “revelam uma mudança maior na estrutura dos
sistemas complexos e novas contradições aparecem, afetando sua lógica
fundamental”, portanto a manifestação de junho de 2013, pode ser um fenômeno
que surgiu sendo um reflexo aos conflitos dos “anos 80” que “revelam estas novas
contradições e implicam uma intensa redefinição da situação dos movimentos
sociais e de suas formas de ação”.
Porém apara o professor da Uerj, “o desafio de entender esse fenômeno e
analisar os fatos sob uma ótica tradicional ocorre pela originalidade das
manifestações. Os fenômenos novos, portanto singulares, apreendidos pela
projeção dos sistemas categoriais tradicionais revelam-se precários e
lacunosos. Eles não são organizados, não têm liderança, não têm nacionalidade,
não têm propósito, não têm bandeira, não têm tradição, a lista é infindável”.
Finalizamos refletindo no texto do professor Guilherme e do professor Luiz
Eduardo Soares, que nos provoca na reflexão a dizer que a manifestação de junho
de 2013 foi diluída e que hoje surgem outras manifestações com outras
bandeiras, outras reivindicações que até fogem daquelas e é preciso estudar
esse fenômeno já com um contexto totalmente diferente de 2013.
Pois os “conflitos dos anos 80 revelam estas novas contradições e
implicam uma intensa redefinição da situação dos movimentos sociais e de suas
formas de ação”, sendo assim é possível dizermos que as manifestações de 2013
pode ser um reflexo de outras que surgiram anterior a este assim como os que
surgem após 2013 que serão totalmente diferentes.
[1] http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/09/18/interna_brasil,388902/manifestacoes-de-junho-tiraram-o-foco-dos-grandes-eventos-de-2013.shtml
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